Como nasceu o Bissau-Lisboa

Mas as motos eram só um detalhe dos preparativos. Com a sua formação militar, Mário fez questão de preparar a viagem ao mais pequeno pormenor, ao ponto de sugerir aos seus colegas coisas como a compra individual de mapas de todas as regiões por onde estava previsto passarem; ou ainda a instalação de sistemas de intercomunicação para que todos pudessem falar entre si, sem esquecer a instalação de depósitos suplementares como os da sua GS Adventure. Também à boa maneira militar, cada um dos cinco ficou encarregado de uma missão específica. Mário, pela sua experiência, era o líder e seguiria sempre à frente. Henrique foi nomeado o navegador e seguiria atrás do Mário. Paulo Gameiro, o menos preparado do grupo, ficaria no meio. Em quarto lugar iria, o "caçula", o Ricardo, com funções de enfermeiro, e por último o Eduardo, com funções de tesoureiro e operador de câmara.
O plano inicial era partir de Lisboa, ir até Tombouctou no Mali e depois voltar para Portugal, mas as distâncias envolvidas e as dificuldades logísticas da travessia do deserto obrigaram a pensar numa alternativa. Surgiu então a ideia de se fazer Dakar-Tombuktou-Dakar, ou um Dakar-Lisboa, mas os fretes de transportar as motos de avião até Dakar e as burocracias também não ajudavam. Foi então que Mário "descobriu" que os fretes para Bissau, um pouco mais a sul que Dakar, eram muito mais baratos e a burocracia menos complexa. E assim nasceu este original e duro Bissau-Lisboa.

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